MISSÃO
Minha missão profissional é cultivar o céu aberto, pensando a astrologia e suas possibilidades fora do paradigma euro-referênciado. Defendo o ensino e abordagem desta linguagem fundamentados nos valores da circularidade, isto é, a qualidade de não excluir e sim integrar: O que entra no interior de um círculo já o compõe. E tudo que compõe um círculo está integrado em roda, onde cada elemento se relaciona com o outro, complementando-o (Oliveira, 2007, p.150) Não há negociação ou diálogo com epistemologias do norte, não há sincretismo. A Astrologia primordial não busca apenas desfazer-se ou reverter o comportamento e pensamento colonial que deslocou e redefiniu esta linguagem para servir seus projetos. Busco neste trabalho, em consonância com o pensamento do grupo Modernidade/Colonialidad e Catherine Walsh, uma atitude e pensamento contínuos de transgressão, insurgência e desobediência do norte, sua hegemonia, subjetividades e politicas desumanizantes.
VISÃO
No círculo se apresentam histórias, sem distinção determinada de começo, meio ou fim. O movimento é de ciclos, tanto na cosmovisão astrológica, como nas cosmovisões africanas com as quais dialoga e participa através de sua gênese kemetiana. A roda de signos, elementos e casas, que são princípios de organização e expressão da vida na terra, enfatiza as interações: todos se vêem na roda, tudo ou quase tudo se toca, todos conversam nesse mesmo espaço. Mas quais são os papéis na roda? Para entender que histórias são contadas num mapa, precisamos entender a história da astrologia, uma linguagem que hoje se apresenta extremamente especializada, pautada em dualidades e continuamente repassada distante de uma base histórica, como se tivesse partido do nada.
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Como falar de construção de identidades — para todxs e todes — autoconhecimento e conexão com seu destino, sem conhecer ou debater as contradições que surgem quando investigamos seu ensino e seu escamoteamento ao longo da história. Pensar esta linguagem criticamente, que espaços ela está servindo e o controle ao seu acesso é um dever de todos que se propõe a utilizá-la.
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O círculo é um espaço de união e continuidade, donde a astrologia recupera o princípio da horizontalidade com a natureza e sua potência. No mapa se aprecia o intercâmbio, o cuidado, a coexistência, portanto, antagônico à idéia de uma fragmentação, isto é, a fragmentação de relações que o colonialismo produz. Uma leitura de mapa que se organiza a partir da ideia de planetas como corpos com uma mentalidade de escassez, com debilidades e desequilíbrios elementares, é signatária deste contrato colonialista
Desde 2020 meu método de trabalho vem se modificando, não só na sua organização e interface — online via Zoom, google Meets — como também na minha abordagem. Eu venho desenvolvendo um trabalho com Astrologia que reabre passagem com os saberes e cosmovisões Africanas, continente na qual esta linguagem foi historicamente fecundada. Penso o mapa como um espaço multidisciplinar de interconexão com o agir da natureza e de transferência de valores ancestrais. A conexão entre o cosmos e o mundo material é de continuidade e mutualidade. Como diz Amadou Hampâté Bâ, chegamos ao mundo, tal qual uma semente, investidos de potencialidades, desafios e recursos que foram transferidas pelos nossos antepassados, minha proposta é lançar um olhar cuidadoso para contar essas histórias e quais caminhos elas apontam através da circularidade do mapa.
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Como falar de construção de identidades — para todxs e todes — autoconhecimento e conexão com seu destino, sem conhecer ou debater as contradições que surgem quando investigamos seu ensino e seu escamoteamento ao longo da história. Pensar esta linguagem criticamente, que espaços ela está servindo e o controle ao seu acesso é um dever de todos que se propõe a utilizá-la.
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O círculo é um espaço de união e continuidade, donde a astrologia recupera o princípio da horizontalidade com a natureza e sua potência. No mapa se aprecia o intercâmbio, o cuidado, a coexistência, portanto, antagônico à idéia de uma fragmentação, isto é, a fragmentação de relações que o colonialismo produz. Uma leitura de mapa que se organiza a partir da ideia de planetas como corpos com uma mentalidade de escassez, com debilidades e desequilíbrios elementares, é signatária deste contrato colonialista
Desde 2020 meu método de trabalho vem se modificando, não só na sua organização e interface — online via Zoom, google Meets — como também na minha abordagem. Eu venho desenvolvendo um trabalho com Astrologia que reabre passagem com os saberes e cosmovisões Africanas, continente na qual esta linguagem foi historicamente fecundada. Penso o mapa como um espaço multidisciplinar de interconexão com o agir da natureza e de transferência de valores ancestrais. A conexão entre o cosmos e o mundo material é de continuidade e mutualidade. Como diz Amadou Hampâté Bâ, chegamos ao mundo, tal qual uma semente, investidos de potencialidades, desafios e recursos que foram transferidas pelos nossos antepassados, minha proposta é lançar um olhar cuidadoso para contar essas histórias e quais caminhos elas apontam através da circularidade do mapa.